Como enfrentei a crise, conta Lásaro do Carmo Jr.
O Brasil tem estado em crise nos últimos anos. Especialistas divergem ao apontar uma reaquecida no mercado. Notícias mostram que para muitos segmentos, 2018 pode ter começado com algum fôlego, mas, ainda assim, aquém do necessário para que haja de fato a retomada que o comércio realmente precisa. Nesse barco, empresário e consumidor aguardam o momento para que a virada venha a ocorrer.
Em um cenário caótico como esse, muitos empresários se veem em situações difíceis. Uns, perderam força e enfrentaram a queda de seus negócios. Outros, empenham esforços para não quebrar.
Em um bate-papo com Lásaro do Carmo Júnior, 48 anos, o gestor e empresário contou sua perspectiva sobre a crise e como de fato superou uma. Ele, que de 2008 a 2015 foi CEO da Jequiti, tornando-se vice-presidente do grupo Silvio Santos e também foi presidente na América do Sul da Jafra Interational Cosmetics, explica que a pior das crises é a interna. “Nada é pior que a crise de capacidade e da autoestima. Os fatores econômicos e políticos interferem sim em nossas vidas, mas não são controlados de imediato por nós de forma individualizada”.
Segundo o gestor, o segredo pode estar em manter a concentração nas questões que estão sob seu controle. “A grande maioria dos motivos que levam ao sucesso são controláveis por você” comenta. Ele cita bom planejamento, plano tático e gestão de qualidade como formas de manter o foco.
É certo que não são apenas fatores externos como políticos e econômicos que podem fazer uma empresar enfrentar situações difíceis. Carmo elenca uma série de outros determinantes para a crise, como má gestão, produto obsoleto, vaidade e arrogância que leva o dono à miopia empresarial, excesso de competidores. Há ainda aquelas que pensam que por conta do sucesso acham que não precisa mudar.
Entretanto, o segredo para passar por todas elas, segundo Carmo, é uma boa dose de inovação diária, foco no consumidor final de seus produtos ou serviços e, sobretudo, funcionários comprometidos e que pensam como donos. “E sempre, sempre fazer um pouco melhor do que os outros já fazem. Não existe fórmula, existe um conjunto de fatores que somados vão te dar resultado”, completa.
Como já dito, Carmo foi CEO da Jequeti por cerca de sete anos. Mas não foi tudo a mil maravilhas, como ele mesmo conta. “Tivemos de reinventar a Jequiti. Em todas as áreas: Gestão, produto, comunicação e distribuição… Fizemos um plano de negócios para diferenciar a Jequiti da Natura e da Avon. Focamos em fazer um pouco melhor o que eles já faziam e iniciamos o lançamento de fragrâncias de celebridades. Até então pouco explorado no Brasil na venda direta”, revela.
A receita deu certo: de 2008 para 2014, o faturamento da companhia saltou de 20 milhões para mais de meio milhão de reais. Nesse mesmo período, a participação da Jequiti no resultado do grupo passou de 0,5% para 20%. A francesa Coty, inclusive, tentou comprar a empresa brasileira por 1 bilhão de reais, mas teve a recusa de Silvio Sant…
Lásaro do Carmo Junior